Em 1976, a Volkswagen lançou na Europa a versão
apimentada do Golf, que até então era um hatch com apenas dois anos de
história. Digamos que o modelo não estreou na Alemanha, mas na Alemanha
Ocidental. Eram tempos de Guerra Fria e uma fronteira de 1.382 km dividia o
lado capitalista (ocidental) do socialista (oriental).
O primeiro Golf GTI levaria 7,5 horas para percorrer a
divisa de ponta a ponta, em sua velocidade máxima. O atual, demoraria 5,6 horas
para cumprir o feito nas mesmas condições. Aceleramos ambas as versões no
circuito alemão de Ehra-Lessien, criado na época do conflito geopolítico, e
pudemos constatar que não são apenas essas duas horas que separam as gerações
do hatch nervoso. Em um intervalo de 37 anos, o modelo ganhou 110 cv de
potência, 396 cm³ de cilindrada e 21,5 kgfm de torque. Assim, nos anos 1970, o
primeiro Golf GTI ia de 0 a 100 km/h em 10 segundos. Hoje, a sétima geração
leva apenas 6,5 s para chegar à marca.
Qundo assunto é segurança, a distância parece de séculos.
Evidente que sistemas como controle eletrônico de estabilidade, airbags e
freios ABS não estão presentes na primeira versão do hot hatch alemão. Mas
espere uma situação mais austera. Nos bancos de trás, não há cintos de
segurança. Hoje, soa absurdo.
A não ser pela carroceria duas portas, o Golf GTI não nega sua identidade. O clássico e charmoso estofado xadrez Clark, a manopla em forma de bolinha de Golf, os detalhes vermelhos nos para-choques, e a coluna C proeminente criada pelo italiano Giorgio Giugiaro continuam lá. Quem te viu, e quem te vê.
Fonte: Auto Esporte / VW